VOCABULÁRIO
e CONCEITOS NÁUTICOS BÁSICOS
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6.1
PARTES DA VELA
A vela se divide em certas partes, como mostra a
figura:
1 - Top: topo da vela; pode ser costurado (fixo)
ou regulável.
2 - Esteira: parte inferior; vai do olhal próximo
à base do mastro até o olhal próximo à
ponteira traseira da retranca.
3 - Testa: parte que acompanha a manga ao longo do
bordo de ataque; vai do top até o olhal próximo
à base do mastro.
4 - Manga: parte que veste o mastro; acompanha a
testa.
5 - Valuma: bordo de fuga; vai do top até o olhal
próximo à ponteira traseira da retranca.
6 - Tala: haste, geralmente feita em fibra, com a
finalidade de dar maior rigidez à vela,
aumentando sua eficiência.
7 - Casa de Tala: local onde a tala fica alojada.
8 - Camber: peça em forma de "C " que
comprime a tala contra o mastro, fazendo com que a
vela adquira um perfil aerodinâmico no bordo de
ataque, aumentando sua eficiência.
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9
- Gomo: espaço entre as costuras, também
chamado de painel.
10 - Olhal: onde passam os cabos de amarração
da retranca e da base do mastro.
11 - Costuras: unem os painéis ou gomos.
12 - Janela: parte transparente obrigatória
para visualização através da vela, na
altura da retranca, no caso de velas que não
tem a transparência em sua totalidade.
Hoje praticamente só existem em algumas
velas wave, velas usadas em escolas e em
velas de barcos.
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6.2 PRINCIPAIS PARTES DE UMA EMBARCAÇÃO
As embarcações são divididas em algumas partes.
Os conceitos a seguir são usados em qualquer tipo
de embarcação, mesmo as que não tem vela.
Proa: parte
da frente; na prancha costumamos chamar de bico.
Popa: parte de trás; na prancha costumamos chamar
de rabeta.
Bordo: cada lado da embarcação, imaginando seu
casco cortado por um eixo longitudinal.
Boreste ou Estibordo (BE): bordo da direita, se
observarmos a embarcação por trás, ou seja, da
popa para a proa.
Bombordo (BB): bordo oposto ao BE, ou seja, o da
esquerda, se observarmos a embarcação por trás.
6.3. PRINCIPAIS DEFINIÇÕES
Vento:
deslocamento de ar causado pela diferença de
pressão entre as camadas quentes e frias. Preste
sempre atenção nele, pois daqui pra frente será
o seu combustível!
Direção e Sentido do Vento: algumas pessoas
fazem confusão com isso. Quando por exemplo
dizemos que o vento é Norte, significa que ele
está vindo do Norte e indo para o Sul. (A direção
seria N-S, ou 0º e o sentido seria do Norte para
o Sul).
Calmaria: falta de vento.
Rajada: aumento momentâneo da intensidade do
vento.
Rondada: mudança da direção do vento.
Knot: unidade de medida da velocidade do vento, ou
seja, mede uma certa distância por unidade de
tempo. É a unidade de medida mais comum no Brasil
e uma das mais utilizadas no mundo.
1 [knot] ~ 1,8 [km/h]
Anemômetro: aparelho que mede a velocidade do
vento.
Biruta: apetrecho que indica a direção e o
sentido do vento. É feita de tecido, com formato
de funil por onde o vento entra e sai. É uma
maneira fácil de se "enxergar" o vento.
Uma vela afilada é uma ótima biruta.
Cabo: no meio náutico não se chama uma corda de
corda, mas sim de cabo.
6.4. TERMOS NÁUTICOS ESPECÍFICOS
Barlavento: lado que recebe o vento primeiro, em
qualquer objeto. No caso de embarcações à vela,
é o lado em que o vento bate na vela quando se
está velejando.
Sotavento: lado para onde o vento vai, oposto ao
barlavento. No caso de embarcações à vela, é o
lado em que as velas se encontram quando se está
velejando.
Repare que as denominações barlavento e
sotavento não são fixas, pois mudam de acordo
com a posição da embarcação em relação ao
vento, ao contrário das denominações boreste e
bombordo, que se relacionam apenas com o casco.
Afilar: posicionar a embarcação de frente pro
vento; uma vela solta sempre está afilada com o
vento, porém um barco parado pode estar apenas
com a vela afilada, não necessariamente com o
casco afilado também.
Panejar: bater; uma vela panejando ou batendo
significa que não está bem mareada, ou seja, está
recebendo vento pelos dois lados, estando portanto
afilada ou quase.
Toda vela afilada paneja tal qual uma bandeira em
seu mastro.
Caçar: puxar, esticar; caçar a vela significa
puxá-la para si, aproximando-a do eixo
longitudinal do casco; caçar um cabo significa
esticá-lo.
Folgar: soltar, aliviar a tensão; o contrário de
caçar.
Marear (a vela): ajustar (a vela), nada a ver com
ficar enjoado; uma vela mareada significa que está
bem ajustada em relação ao vento.
O bom velejador deve manter suas velas sempre
mareadas, nem muito caçadas e nem muito folgadas
ou panejando, aliás a vela melhor mareada é
aquela que está o mais folgada possível, sem
bater, tendo então o melhor aproveitamento do
vento, para cada posição, consequentemente tendo
o melhor desempenho.
Mareações: as mareações são os rumos ou as
diversas posições em relação ao vento em que
se é possível velejar. São representadas na
figura chamada "Rosa dos Ventos".
Orçar: aproximar a proa da embarcação da direção
do vento.
Arribar: o oposto, ou seja, afastar a proa da
embarcação da direção do vento.
Contravento: rumo que faz no máximo 45º com a
direção do vento.
Bordejar: velejar em zigue-zague contra o vento
para atingir um ponto inacessível nas mareações
normais.
Través: lateral de toda embarcação; velejar no
través significa velejar num rumo perpendicular
à direção do vento.
Empopar: velejar no sentido do vento.
Transição: troca de rumo passando a velejar no
bordo oposto; pode ser feita a favor do vento
(arribando) ou contra o vento (orçando).
Cambada: transição feita contra o vento.
Gybe: transição feita a favor do vento.
Bolina: peça tipo quilha, porém móvel, usada em
algumas pranchas e embarcações, que se encaixa
no centro do casco e penetra abaixo da linha d'água,
podendo ser movida mesmo enquanto se está
velejando.
Sua finalidade é manter o barco no rumo de orça
máxima, que é de 45º com a direção do vento,
evitando o abatimento, sem deixar o casco sair de
lado, sendo portanto necessária apenas no
contravento, devendo ser recolhida à medida que
arribamos.
Poucos tipos de pranchas fabricadas atualmente
possuem bolina, porém, ainda assim é possível
orçar devido ao próprio shape (formato) do casco
e tamanho da quilha, embora as pranchas menores e
mais velozes, que não tem bolina e só funcionam
em ventos fortes, não permitam orçar num ângulo
tão fechado quanto uma prancha que a possui.
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