Topo                  

 
                                           

                                                                                       

                  Dicas  para  montagem  do  equipamento  

 

    por  Ian Fox

        Tradução :  Marcelo Lanhoso

       REGULAGEM

 

Ajustar o equipamento para uma melhor performance e mais diversão, é um dos desafios do windsurf. Com tantas e infinitas variáveis, todas trabalhando juntas para produzir um perfeito (ou não tão perfeito) ponto de ajuste, desenvolver um grande conhecimento da importância da relação entre os diversos fatores e suas circunstâncias individuais é uma chave importante para o progresso e aproveitamento do esporte.

Windsurf é um bom exemplo de que o que é perfeito para um, pode não ser perfeito para o outro.

 

·        cuidado com o ajuste pela síndrome dos números

 

Embora muito se pode aprender simplesmente copiando ajustes usados por outros, o grande segredo é achar a “combinação perfeita” que seja melhor para você, em suas condições específicas. Isto requer um forte conhecimento sobre a teoria e os processos da evolução de cada ajuste, sujeitos a tantas variáveis neste nosso esporte, que devem ser aplicadas em cada situação individual.

 

                                               VELA – regulagem

 

Estar familiarizado com as variações corretas dos ajustes de suas velas, é vital. Devemos  usar todos os recursos possíveis. Foruns na Internet, vendedores de equipamentos, dicas de demonstração, clinicas, outros velejadores, as suas próprias experiências e erros, etc, servem para ganhar o máximo de experiência possível nos ajustes de seu equipamento.Usar o mastro correto (MCS/IMCS) é realmente muito importante no ajuste de velas próprias para regatas. Muito pode ser ganho no uso de equipamentos de especificações corretas entre si.

 

Downhaul -  é o ajuste da testa da vela ou manga da vela que é a extensão (vertical) da vela aonde vai o mastro. É o ajuste mais importante da vela.

 

Com as grandes e modernas velas para regatas, você vai precisar manter uma tensão muito forte no downhaul; mas, mesmo assim continua sendo importante a “sintonia fina” nos últimos 1 a 2 centímetros  de ajuste. Usar equipamentos e ferramentas das mais modernas, para realizar estes ajustes, ajudam muito para conseguir um resultado mais preciso e para proteger suas costas, especialmente quando se usa equipamentos que exigem muita tensão na montagem.

Em regulagens para ventos fortes e  para melhor velocidade no contra vento, procure forçar ao máximo o seu ajuste de dowhaul. Velas bem esticadas ajudarão no controle em ventos fortes e serão mais rápidas, especialmente quando estiver no contra vento. Ajuste com pouca pressão no downhaul, prejudica o desempenho da vela.

Para condições de ventos fracos, você terá benefícios se diminuir a tensão do dowhaul. Isto aumenta a curvatura da vela e mantém firme a borda, dando um arrasto maior que, em um vento forte, poderia afetar a sua velocidade final.

 

·        lembre-se, em regatas, planar devagar ainda é mais rápido do que não planar.

 

Quando for ajustar o dowhaul, procure calcular o melhor possível se as condições de vento durante os treinos, são iguais às do momento da regata. Se você sentir que as condições serão diferentes, procure analisar as condições do momento da regata e faça um ajuste específico  para elas.

 

Outhaul – é o ajuste que estica  a vela na extensão da retranca (horizontal)

 

Para regatas, um caçador de velas é um equipamento essencial. Você pode aumentar a potencia da vela e seu controle, principalmente nas modernas e potentes velas de regata, forçando o ajuste para deixar a vela mais plana em rajadas ou no contra vento. Quando estiver à favor do vento, aliviar o outhaul  e permitir que sua vela fique com mais curvatura, é a maneira mais rápida de se conseguir atingir um melhor desempenho. Em ventos fracos, alivie o outhaul para encher a vela e produzir um melhor deslocamento, mas, não exagere pois uma vela com uma curvatura muito acentuada pode não ser tão eficiente como uma regulagem média.

 

Com um pouco de experiência e um equipamento bem montado, o ajuste do outhaul pode ser o seu “acelerador” na água.É fácil de montar este acessório, com um material específico para isto. Elimine qualquer atrito que houver nos cabos. Se você tiver que parar para fazer a regulagem, significa que seu equipamento não está de forma apropriada e precisa ser mais eficiente. Gaste algum tempo com isso pois uma regulagem bem montada pode ser um “segredo de profissionais”. Talvez, os kits que existem no mercado, não sejam específicos para sua retranca, por isso não tenha medo de mudar alguma coisa para melhorar o resultado.

 

                                           RETRANCA - posição

 

Com as grandes velas de regata e pranchas largas, você precisa ajustar a altura de sua retranca em regulagens mais altas do que normalmente você usaria em pranchas slalom ou freeride. As razões para isso são duas:

 

1) O comprimento excessivo da retranca, devido a largura da vela, posiciona o velejador em uma posição mais abaixo do        centro da vela.

2) As largas pranchas de Fórmula posicionam o velejador mais longe do centro da prancha e com isso, mais longe do mastro.     Manter a retranca mais alta também ajuda as modernas pranchas de regata a planarem mais fácil.

 

·        retrancas de carbono apresentam algumas reais vantagens em resistência e durabilidade, comparado às de alumínio, principalmente no uso das modernas velas de regata (2.20 a 3.00 mts).

 

                                  KIT DE TRAPÉZIO – comprimento e posição

 

Atualmente, são  duas  as alternativas usadas pelos melhores competidores de regatas.

Kit com comprimento fixo – com comprimentos que variam de 56 a 66 cm, mas, que mudam de pessoa para pessoa.

Kit com regulagem de comprimento – kits com regulagem que variam de 50 a 76 cm e que permitem ao velejador diminuir a distância da vela no contra vento e aumentar quando a favor do vento.

 

Nas duas opções os cabos devem estar posicionados em distâncias iguais do centro de esforço da vela. Encontre este ponto velejando e movendo a mão na retranca até encontrar o ponto em que só uma mão consegue equilibrar o balanço da vela.Tente manter os cabos nos dois lados de sua mão nesta posição. É  comum entre competidores de regatas, manter os cabos a uma distância média da largura das mãos.

 

                                                    ALÇAS – posição

 

A posição da alça na prancha é um ponto importante da sua regulagem. Em geral, a maioria dos velejadores esta usando uma posição mais aberta (a alça da frente de 58 a 61 cm de distância da alça  traseira) em relação as que eles usam em pranchas slalom, onda ou freeride  que vão de 53 a 56 cm).

 

A maioria dos velejadores de regatas costuma velejar quase sobre a rabeta da prancha. Portanto, a melhor maneira de você encontrar um melhor posicionamento é começando pelo ajuste de traz. Às vezes, com quilhas mais velozes você pode conseguir um melhor equilíbrio colocando as alças mais para  frente. Mas isto é uma regulagem que depende das condições de velejo, do tipo de quilha e até do estilo do velejador.

 

Algumas pranchas oferecem uma posição central para a alça traseira. Usar esta alça conforme for ganhando experiência em regatas e/ou em condições de mar agitado ou vento forte, pode ajudar no controle da prancha  quando estiver a favor do vento. Com mais experiência você vai perceber que alça traseira central é até mais rápida; mas enquanto isso, ela ainda pode lhe ajudar muito quando for preciso.

 

                                             PÉ DE MASTRO – posição

 

São três os fatores principais a se considerar: Tamanho da vela, tamanho do velejador e tamanho das ondulações. O que você está buscando é uma sensação de equilíbrio entre o tamanho da sua vela, a sua altura, o seu peso e as condições da água no local onde você vai velejar. Para água lisa, uma posição mais para atrás pode diminuir a sua velocidade e em águas mexidas, uma posição mais para frente pode fazer embicar na água.

 

A maioria das novas pranchas de regata tem um trilho para o pé de mastro de aproximadamente 20 cm, localizado de 130 a 150 cm da rabeta da prancha. Como uma rápida orientação para competidores, um velejador de tamanho médio usará, para sua vela pequena (8 a 9 mts) um ponto a 135 cm; para sua vela média (10 mts) um ponto no meio do trilho a 140 cm e para sua vela grande, mais a frente à 145 cm. A partir daí, ajuste de acordo com as condições de vento e da água. Velejadores mais leves um pouco mais para traz e velejadores mais pesados, um pouco mais para frente. Na fabricação de uma prancha sempre se toma o cuidado de colocar o centro do trilho em um ponto que seja o mais favorável possível para todas as variáveis entre tamanho de velejador, tamanho da vela e condições de água e vento.

 

                                QUILHA – comprimento e flexibilidade

 

Quilhas para as modernas pranchas de regata são consideravelmente maiores que as quilhas usadas em outras pranchas. E a sua escolha é de vital importância no acerto de um equipamento para uma regata.Atualmente, de acordo com as Regras de Regata  da Formula Windsurfing, as quilhas não podem exceder a 70 cm de comprimento e este é o tamanho mais usado em pranchas de 95 a 100 cm de largura. Sua habilidade em utilizar quilhas maiores vai depender diretamente da largura da parte traseira da sua prancha. O tamanho da quilha normalmente depende da largura da prancha em um ponto a 30 cm de distância da rabeta da prancha. Excelentes competidores escolhem quilhas entre 65 e 70 cm para suas pranchas de 100 cm de largura ,mas, desde que sejam quilhas mais rígidas (sem flexibilidade) para ventos fracos e mais flexíveis para mais controle em ventos fortes e condições ruins.

Assim como a regulagem e o tamanho da vela, escolher a quilha (comprimento e flexibilidade) que lhe permita um melhor desempenho para o seu tamanho (altura e peso), estilo de velejo e condições de água e vento, é também hoje um fator muito importante para o desenvolvimento de suas habilidades.

Você precisa de uma quilha bem grande quando navega no contra vento. Mas, quando atinge a bóia e entra em uma perna a favor do vento, este tamanho extra da sua quilha pode causar um atrito maior e a perda de velocidade. Algumas quilhas permitem mais velocidades em ângulos maiores de conta vento. Outras permitem  ir a  ângulos menores ao contra vento, mas, aumentam o atrito com a água e diminuem a velocidade. O seu estilo de velejar e as suas táticas de regata são também pontos importantes que pesam na escolha e no desempenho da sua quilha.

Um típico kit com 3 quilhas para um velejador de 70 a 80 kg, usando uma prancha de 100 cm de largura, seria o seguinte:

 

70 cm pouca flexibilidade – para ventos fracos e água lisa – esta quilha trabalha  bem com velas grandes (11 a 12 mts).

70 cm média flexibilidade – quilha perfeita para a maior parte das situações –rápida, bom controle, esta quilha trabalha bem  com velas de 9 a 11 mts, para todo tipo de velejador e   prancha.

65 cm média flexibilidade – ventos fortes, água mexida, menor tamanho para  maior controle e menos arrasto mas firme o suficiente para manter boa estabilidade no contravento e em todo o percurso em ventos fortes e condições difíceis.

 

As modernas pranchas de Fórmula já vem com uma quilha de 70 cm e de média flexibilidade. A partir daí, os velejadores têm condições de optar por um tamanho e flexibilidade maior ou menor, de acordo com suas condições individuais.

 

·        tome  muito cuidado em proteger a quilha. Fora da água use sempre o protetor e dentro da água preste atenção em objetos flutuando, pois, uma colisão pode causar um grande dano, não só na quilha, mas, o pior, em você ou em sua prancha.

 

                                                           Fonte :   www.star-board.com